Tiago Silva
Psicólogo. Especialista em Teoria Psicanalítica. Membro da Trieb Mineira.

 

O texto “A Interpretação dos Sonhos” (Freud, 1900/1996) introduz a ideia de INCONSCIENTE na obra freudiana.

Freud inaugura uma visão singular sobre os sonhos, tratando-os como fenômenos psíquicos e, portanto, passíveis de interpretação por meio da associação livre do paciente. Apresenta os sonhos como manifestações de desejo que, quanto mais censurável, mais distorcido esse desejo chega à consciência.

Os sonhos são uma produção do aparelho psíquico, formados a partir de pequenas quantidades de energia e restos diurnos que se somam e se manifestam no aparelho, sendo considerados como o acesso de ouro ao inconsciente.

A ideia do aparelho psíquico e suas instâncias é assim reapresentada: um sistema perceptual consciente e estímulos sensoriais, que são quantidades de energia que vêm do mundo externo ou do mundo interno  e criação de registros mnêmicos, que são marcas psíquicas feitas a partir das experiências. Tais registros são, em sua maioria, inconscientes e, podem ou não, tornarem-se conscientes,  atingindo uma resposta motora adequada (ação específica).

Os sonhos são regressivos, fazendo o caminho da memória à percepção. Como a pessoa que sonha está dormindo, a via motora está bloqueada e registra a ausência de perigo.

Logo, os registros da memória, compostos pelas lembranças do dia e pelas experiências de satisfação, somam-se e geram a imagem onírica, uma alucinação que satisfaz o desejo.

Os pesadelos ou sonhos de angústia ocorrem quando o desejo inconsciente aparece com menos distorção, ativando a censura, que pertence ao ego, e despertando quem dorme.

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