Leonardo Siqueira Araújo
Psicanalista. Membro Associado da SPRJ. Membro da Trieb Mineira.

 

Vivemos em um país machista. A afirmação parece simples, porém não deixa de ser refutada em muitos momentos. Segundo dados do IBGE, no primeiro semestre de 2022, tivemos 31 mil denúncias de violência doméstica contra a mulher, além de 699 casos de feminicídio, uma taxa assustadora de quatro mulheres mortas por dia. Além disso, pipocam cotidianamente notícias sobre assédio sexual, inclusive em searas públicas, envolvendo, por exemplo, deputadas, como o caso de Isa Penna na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ainda, temos casos como o dos coaches de masculinidade, que supostamente “ensinam” os homens a tratar mulheres como objetos, apontando que devem sempre se portar perante a elas como grandes dominadores, inclusive usando do desprezo aparente como arma de conquista.

Sob um ponto de vista sociológico, pode-se explicar uma parcela desse tipo de comportamento a partir dos papeis tradicionais reservados a homens e mulheres ao longo do tempo: as mulheres relegadas a uma tarefa considerada de menor valor, os cuidados da casa e dos filhos, enquanto os homens deveriam estar fora de casa ganhando o sustento do lar. Esse quadro mudou de forma marcante, principalmente a partir da segunda metade do século XX, por uma necessidade econômica da participação feminina no mercado de trabalho, e também, mais recentemente, com as enormes conquistas obtidas pelos movimentos sociais. A partir de então, uma movimentação reacionária também ocorreu. Podemos colocar aqui alguns exemplos. Temos os “Incels” (celibatários involuntários, numa abreviação em língua inglesa). Seriam eles supostamente homens que não conseguem entrar em um relacionamento com uma mulher, ou mesmo ter qualquer tipo de contato sexual, o que ocorreria porque as mulheres teriam saído de seu papel devido, submissas e passivas. Isso teria causado uma espécie de desequilíbrio que faria com que homens como eles deixassem de ser desejáveis. Além disso, temos os grupos dos “red pills”, inspirados na cena do filme Matrix – realizado por duas mulheres trans – onde um personagem oferece ao protagonista uma escolha entre a pílula azul, que lhe asseguraria a continuação na vida simulada, e a pílula vermelha (a red pill), que lhe permitiria ver o mundo verdadeiro fora da Matrix. Assim, esses homens creem serem capazes de enxergar a realidade do mundo da dita “ditadura feminista”. Vale dizer que não é de forma alguma raro perceber, também nesses grupos, outras formas de preconceito, como o racismo e o classismo, além de outras ideologias totalitárias ou fascistas.

Acredito que o que parece estar em questão, não apenas nesses movimentos reacionários, mas na sociedade em geral, é o papel do homem. Mais: não apenas o papel do homem, mas a questão sobre o que é um homem, o que é a masculinidade, e como ela é construída. Nancy Chodorow, uma psicanalista americana, citada num artigo de Brady (2006), observou que o “enigma da masculinidade” não recebeu a mesma atenção que sua contraparte feminina. A masculinidade foi presumida como sendo a norma, a partir de Freud, o pênis assumindo o centro da formação da sexualidade. De fato, também percebo, observando o discurso social corrente, uma notável falta de clareza sobre o que constitui um homem. Ou talvez poderia dizer, vemos muito sobre o que constitui um homem a partir da negativa: alguém que não se atrai sexualmente por outros homens; alguém que não fala sobre suas sensibilidades; alguém que não se veste da forma x ou y, etc.

A masculinidade está em crise. Por um lado, o papel tradicional do homem – único provedor, único símbolo de potência e contato com o mundo externo – simplesmente já não consegue mais se sustentar. As tentativas, por vezes ridículas de prova do contrário são só reforços cabais desse fato. Me lembro aqui dos vídeos onde homens de meia idade e barriga proeminente – um marmanjo criado, eu diria – posam com uma arma imitando movimentos de equipes policiais. Aliás, nada oferece prova melhor dessa crise do que observar quem são os objetos oferecidos como líderes “masculinos de verdade”. Por outro lado, o ideal do “homem desconstruído” também já se mostrou extremamente falho, e já se presta também a seu próprio tipo de papel ridículo (vide esquerdomachos). De forma que nos vemos, nós homens, com dificuldade de se esquivar da questão incômoda: para que serve um homem?

Fazendo uma crítica teórica e histórica, somos impelidos a questionar se esse processo de produção da identidade masculina não seria particularmente exposto a algumas graves fragilidades, principalmente egóicas, sobre de onde vem seu valor-próprio, o senso de poder e de autoestima e sobre como isso se articula nas suas relações com as outras pessoas. Parafraseando Benjamin (2015), que disse que a visão de Freud da feminilidade lembrava o ponto de vista do “menino edípico”, em muitos momentos pareceria que a própria visão clássica da masculinidade é uma construção de meninos edípicos. Minha tese, que não poderia deixar de se apoiar na teoria psicanalítica é de que podemos identificar fontes da masculinidade tóxica a partir dessas diversas brechas e vulnerabilidades na formação de um homem. Naturalmente, não tenho a pretensão nem a capacidade de abarcar o todo dessa temática, mas gostaria de fazer certos apontamentos em diálogo com alguns autores.

A primeira questão que gostaria de levantar diz respeito às mudanças no entendimento do Édipo. Uma mudança marcante na teoria psicanalítica a esse respeito foi um foco maior, principalmente a partir de Melanie Klein, sobre as fases pré-edípicas do desenvolvimento, com foco sobre as complexas relações do bebê com a mãe. Inicialmente, com Freud, o Édipo masculino foi imaginado como um momento atravessado pelo menino, onde haveria um investimento objetal na figura materna e uma identificação com a figura paterna. A partir da intensificação do impulso sexual em relação à mãe, o pai surgiria como a figura de separação, colocando o menino em uma postura ambivalente em relação a ele, simultaneamente de identificação e de rivalidade. A descoberta da diferença sexual possui aqui um papel preponderante, a figura da mãe sendo desvalorizada pela percepção de que ela não possui um pênis, e de que poderia tê-lo perdido por algum motivo. Assim, surge a angústia de castração, a partir do medo do menino de também sofrer uma punição e ter seu pênis tirado de si. A solução normal do Édipo, segundo Freud (1923), passaria pelo abandono da catexia amorosa sexual da mãe, substituída pela intensificação da identificação com o pai.

Chodorow, no mesmo artigo citado acima (2006), aponta o surgimento de um “matricentrismo” teórico, contribuindo para um entendimento mais profundo da relação inicial da mãe com seu bebê, e das intensas comunicações não-verbais durante o período pré-edípico. Outra psicanalista, Ethel Spector Person, no mesmo artigo, aponta que esse estudo das relações iniciais trouxe ideias que questionam a primazia fálica, e a inveja do pênis, como fatores preponderantes. Aponta que Melanie Klein “sugeria que meninos sofrem de inveja pré-edípica dos órgãos reprodutivos femininos, que ela chamou de locais de ‘receptividade e plenitude’” (p.1196). Essa ideia seria seguida por Chasseguet-Smirgel, que postula que podemos entender que a visão de Freud da feminilidade como o produto de uma deficiência na verdade revela a necessidade do menino de “elaborar sentimentos de desamparo em resposta ao poder de sua mãe” (p. 1196). Bejamin (2015) complementa, argumentando que com essas mudanças teóricas percebemos que o menino é quem precisa abandonar sua primeira identificação, que é com a mãe. Isso faz com que a separação da mãe adquira um caráter mais problemático para os meninos.

Essa observação parece bem em sintonia com o tema que estamos discutindo, por revelar que, por trás do que poderíamos chamar de uma identidade afirmativa masculina (o poder do pênis possuído), existe um medo pregresso que ficou obscurecido. A resolução desses sentimentos já influencia sobremaneira a atitude do futuro homem sobre as mulheres. Person sugere que, se esse medo da mãe não for elaborado, “pode se consolidar em uma formação reativa, cuja evidência visível é a punição ou menosprezo da mãe por parte do menino. Essa dinâmica pré-edípica pode estar na raiz da notória misoginia observada em alguns homens.” (p.1196).

(Aqui vou recuperar, com pequenas alterações, uma parte do argumento do texto escrito para o Observatório Psicanalítico da FEBRAPSI, que se articula com a questão). Freud, no texto “Um tipo de escolha especial feita pelos homens”, de 1910, analisa algumas características de um tipo de dinâmica relacional de seus pacientes, dentre elas, o que chamou de “amor à prostituta”, ou o desejo por mulheres que denominou “de má reputação”. Dentro de sua afirmação de que esse tipo de escolha está ligado às fixações infantis à figura da mãe, relaciona esse aspecto ao desejo e à necessidade de poder salvar a pessoa amada. Além disso – e aqui está a observação que gostaria de destacar – liga essa necessidade ao intenso impacto que lhe causa – ao homem – a ideia de que deve sua vida aos pais, ou de que a mãe lhe deu a vida. Daqui decorrem duas ideias: uma ligada à gratidão e/ou rivalidade com a figura paterna, fonte de grandes fantasias que irei abordar mais adiante, e uma ligada à gratidão e/ou dívida em relação à mãe.

Em conexão com o tema, Winnicott (1957) escreve sobre seu sentimento de que o papel da mãe na sociedade passa de forma muito silenciosa, e se pergunta sobre as consequências disso. “Será que o não-reconhecimento da contribuição da mãe devotada se deve justamente ao fato de ela ser imensa?” pergunta. Isso viria justamente do fato de que todo homem e toda mulher que se sentem sadios, que se sentem uma pessoa no mundo, tem uma “dívida infinita” com uma mulher. Dirá ele que se pudéssemos reconhecer a contribuição de todas essas mães para cada um de nós e para a sociedade, o que aconteceria seria a diminuição de um medo, justamente o medo da dependência. E acrescenta que, caso isso não ocorra, esse medo pode muito bem tomar a forma de “um medo de MULHER” (as maiúsculas são dele), ou seus derivados, que sempre incluirão o medo da dominação. E acrescenta:

“Infelizmente, o medo da dominação não leva muitas pessoas a evitarem ser dominados; ao contrário, encaminha-as em direção a uma dominação específica ou escolhida. Realmente, caso se estudasse a psicologia do ditador, poder-se-ia esperar descobrir, entre outras coisas, que em sua própria luta pessoal ele está tentando controlar a mulher cuja dominação ele inconscientemente teme, tentando controlá-la através de um enclausuramento, agindo por ela, e por sua vez demandando sujeição e “amor” totais”. (p.119)

Essa observação encontra-se em absoluta consonância com as dos demais autores. Benjamin, por exemplo, observa que o “descaso paternal pelo vínculo do pequeno menino com a mãe gera o dissociado, porém fortemente danoso, desprezo patriarcal pela mulher” (2015, p.274). Não seria esse ditador de Winnicott justamente o protótipo do homem machista? Não poderíamos ver, oculta sobre essa necessidade de desvalorização da mulher – e do feminino em geral – o grande medo da dependência afetiva e da dominação? Talvez esses homens vejam, como uma sombra por trás de cada mulher que encontram, o fantasma do abandono mal resolvido de seu vínculo inicial com a mãe. Também se esclarece um pouco mais que os mecanismos de desprezo e desvalorização, tão característicos do machismo, seriam reações inconscientes a esse medo, uma formação reativa.

A esse respeito, podemos acrescentar ainda outro ponto. Bennet Simon, citado no artigo de Brady (2006), também comenta sobre as fantasias masculinas sobre os poderes da mulher/mãe. Comenta que “na fantasia à mulher/mãe é dado o poder de conceder invulnerabilidade e imortalidade ao menino/bebê. O poder da mãe de humilhar também é visto como muito maior” (p.1198). Chodorow, no mesmo artigo, também comenta, a partir de Karen Horney, que “a sexualidade masculina inclui uma vulnerabilidade à mortificação e humilhação narcísica por parte da mulher, uma vulnerabilidade que possui um papel definidor e central na masculinidade normativa” (p.1203). Mas gostaria de destacar algo que Simon coloca como um medo da feminilização e infantilização dos homens, e do fato de que alguns deles possuem amantes como uma forma de não se sentirem “esterilizados”. Encontrei já algumas vezes, inclusive na clínica, esse medo sob a forma do medo da “domesticação”. O homem domesticado seria o homem que perdeu sua pretensa capacidade masculina, e em revolta contra isso, ele sente que precisa “aprontar”: ter um caso extraconjugal, discordar da parceira e executar um pretenso movimento de descaso em relação à posição dela para reafirmar seu estatuto de não castrado (o termo “patroa”, ou “polícia”, muito utilizado para referir-se à esposa, me vem em mente). Simon comenta que “o pênis ativo, continuamente ereto e potente é necessário como um garantidor da imortalidade, de não ser extinguido ou esquecido” (p.1198). O que me pareceu curioso observando esses casos era como, ao assumir esse comportamento de aparente revolta, os homens efetivamente instituem um distanciamento em relação à mulher no relacionamento e, principalmente, renunciam à possibilidade de uma participação ativa (masculina?), a possibilidade de concordar e discordar com amor, eu diria. Porém, parece claro que isso colocaria o homem em contato com medos e conflitos profundos. Percebemos aqui um fator importante, que gostaria de reforçar, sobre como o comportamento de rivalidade em relação à mulher, principalmente em relação à parceira, apoia-se sobre intensas fantasias de desvalorização. Simon propõe que utilizemos os termos ansiedade de diminuição, ou de rebaixamento, juntamente com a já conhecida ansiedade de castração.

Aqui gostaria de levantar outra questão, colocada por vários autores, relacionada a uma forma de defesa ou compensação desses medos: o narcisismo fálico. Podemos entende-lo, em parte, como uma formação relacionada às fantasias de rivalidade com o pai. Benjamin (2015) questiona o lugar do pai, postulando uma forma de amor que não se limita ao que ela critica na relação edípica, “baseada na estrita separação entre ser e ter”, e propondo o que chamou de amor identificatório. Segundo ela, ele seria relacionado à necessidade homoerótica de “ir ao encontro da necessidade de espelhamento, de mútua idealização e reconhecimento, de empoderar, desenvolver uma grandiosidade lúdica, e de superar a deflação e vergonha de não se sentir grande, nem poderoso…” (p.273). A rejeição desse amor identificatório – que aqui examinaremos nos termos do menino com seu pai – teria efeitos catastróficos. Poderia ser causada pelo medo do pai de seus próprios sentimentos pelo filho, ou pela inveja em relação às gratificações que ele obtém da mãe (Benjamin, 2015).

Para além do dano, já citado, que isso causa em termos da desvalorização da mulher e do feminino, essa relação também é fonte dos intensos sentimentos de competitividade entre o pai e o menino e, posteriormente, do menino em relação ao mundo, especificamente com outros homens. Como reação inconsciente, a mente masculina é vulnerável a se tornar excepcionalmente sensível às questões de tamanho, poder, performance. Person (Brady, 2006) nota que “talvez a característica mais impressionante do senso de inadequação masculina é sua crença de que outros homens verdadeiramente possuem a sexualidade ‘macho’ à qual ele aspira, fazendo que seus dotes e habilidades parecerem ainda mais empobrecidos” (p. 1204).

Isso me fez lembrar do conceito de pênis narcisista, trazido por André Green (1988). Segundo o autor, dentro do processo do desenvolvimento libidinal que perpassa o narcisismo, também a sexualidade pode ser vista como posta em concorrência com os impulsos narcisistas. Nesse sentido, seria plenamente possível que uma pessoa tivesse um grande número de relações sexuais, porém estas fossem quase completamente à revelia do outro, servindo apenas para a gratificação narcísica. Escreve:

“Gozar torna-se a prova de uma integridade narcisista preservada. Neste sentido, paralelamente à culpa que nunca está ausente, mas tem menores consequências, é a vergonha de não gozar que suplanta a angústia de ação. Da mesma forma, o fracasso sexual faz correr o risco de abandono ou de rejeição pelo objeto. Isto marca menos a perda de amor do que a perda de valor e a falência da necessidade de reconhecimento pelo outro. Pior ainda, os sofrimentos narcisistas aumentam para além do fracasso pela insatisfação do desejo à medida que esta marca a dependência do sujeito ao objeto para satisfazer as pulsões – mais precisamente, para obter o silêncio dos desejos que somente o objeto pode satisfazer. A inveja do objeto alcança seu ápice quando se supõe que este goza sem conflito. O pênis narcisista projetado (não importa de qual sexo) é aquele que pode gozar sem inibição, sem culpa e sem vergonha. Seu valor não se deve à sua capacidade de gozo, mas à sua aptidão para anular suas tensões satisfazendo suas pulsões, todo prazer convertendo-se em investimento narcisista do Eu.” (pp. 44-45).

Ora, aqui conseguimos vislumbrar uma explicação muito efetiva para esses intensos sentimentos de diminuição, por um lado, e inveja, pelo outro. Poderíamos entender uma grande parte de uma certa “performance” ou encenação da masculinidade como tentativas progressivamente mais intensas de alcançar esse ideal fálico narcísico. Podemos enumerar aqui vários aspectos disso: o fetiche pelo dinheiro, pelos carros, e, mais atualmente, pelas armas, o status de “pegador”, dentre vários outros.

À título de conclusão, para podermos passar à discussão do tema, espero ter dado indícios de que a masculinidade tóxica pode ser atribuída em grande parte à complicações e dificuldades que começam na relação inicial com a mãe, mas talvez principalmente com o pai. Tais questões afetam de forma decisiva aspectos mentais profundos do menino. A resolução do Édipo e a consequente instalação do superego e do ideal de Ego se darão sob que signo? O signo machista parece dizer que só se é homem em apagamento a todas as outras formas de subjetividade. Para além disso, o desenvolvimento do menino também será muito influenciado por como tais fantasias são reforçadas ou elaboradas no processo de crescimento, seja dentro da cena familiar, seja também através da cultura.

Para terminar com uma proposição otimista, gostaria de colocar algumas ideias finais. Fogel (Brady, 2016), retorna ao conceito freudiano da bissexualidade interna, e diz que precisamos pensar em princípios femininos e masculinos, ambos contidos em todas as pessoas. “Os homens e a teoria psicanalítica precisam lidar com sua parte feminina perdida”, diz ele, e acrescenta que é preciso encontrar um conceito de homem e de pai que não seja apenas relacionado à oposição com a mulher. Também retorno a Benjamin e ao conceito de amor identificatório. Postula ela que a negação desse amor identificatório homoerótico entre pais e meninos seria a base da criação do medo da passividade e da dependência, projetados para a figura da mãe e da mulher. A conclusão de seu texto me pareceu muito oportuna, e irei citá-la também para terminar minha apresentação:

(Falando sobre uma autora, Jane Gallop) “Propondo que poderia existir um pênis real, que afirmaria, se engajaria, encontraria e gratificaria uma vagina, em oposição a um ideal fálico que estabelece a diferença como a negação do outro sexo, ela concluiu perguntando: ‘E se houvesse um pênis?’ Talvez à luz de nosso entendimento das vulnerabilidades da masculinidade poderíamos perguntar, e se ao invés do patriarcado, da lei do pai, pudesse haver simplesmente um pai? Ou talvez, o amor de um pai?” (p.276).

Referências:

Benjamin, J. (2015). Masculinity, Complex: A Historical Take. Studies in Gender and Sexuality, 16(4), 271-277.

Brady, M. T. (2006). The Riddle of Masculinity. Journal of the American Psychoanalytic Association, 54(4), 1195-1206.

Freud, S. (1910/1996). Um tipo de escolha especial feita pelos homens. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira, Vol. IX. Rio de Janeiro: Imago.

Freud, S. (1923/1996). O Ego e o Id. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira, Vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago.

Green, A. (1988) Narcisismo de vida, narcisismo de morte. São Paulo: Escuta.

Winnicott, D.W. (1957/2005). A contribuição da mãe para a sociedade. In: Tudo Começa em Casa. São Paulo: Martins Fontes

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